terça-feira, 10 de novembro de 2009

Tuning ilhéu





Ora viva. Após alguns dias de ausência, o elogio da parvoíce está de regresso e com um tema creio eu pertinente e de interesse geral, que é nada mais nada menos que o tuning ilhéu. Recentemente estive na Ilha Terceira, para quem não sabe faz parte da Região Autónoma dos Açores, e aproveito para dizer que é um sítio lindíssimo e digno de ser visitado. Além disso tem também a primeira cidade em território nacional classificada como Património da Humanidade pela UNESCO, que é Angra do Heroísmo. Nesta mesma cidade há igualmente uma enorme cultura do tuning, que é no mínimo surreal... Ao contrário do pessoal do continente, que tem a tendência do Seat Ibiza, os nossos compatriotas terceirenses, pelo que vi, preferem o Renault Clio. Verdade seja dita, é bem melhor que o Ibiza... Adiante. Outra coisa curiosa é a extravagância na decoração dos carros, onde abundam as tribais, dragões chineses e autocolantes colados nas portas com as marcas do material supostamente usado na preparação do carro. Estes últimos serão com certeza meramente decorativos, uma vez que duvido muito que alguma alma se lembre de meter umas baquets Recaro ou um escape Remus num Clio 1.2 de 1992 ou 93 que deve custar uns 300 ou 400€... Bem, e daí não sei... Seja como for isto é tudo feito muito na onda dos filmes tipo The Fast and the Furious. Julgo que a relativa proximidade dos States influencie e de que maneira aquelas pessoas. O carro mais estranho que vi lá foi um Mazda 323F que estava de tal maneira modificado, que foi preciso olhar uma segunda e uma terceira vez para conseguir ver que carro era. Duas cores: verde-alface e cinza-prata, sendo a parte cinza-prata composta por uma tribal que ia do capot à traseira. Isto para não falar dos plásticos e outros "kits aerodinâmicos"...
Tudo isto para dizer que a insularidade aguça a criatividade e o engenho das pessoas e além disso é também um bom remédio para combater o tédio. Nada melhor que um qualquer Vin Diesel angrense pegue no seu maquinão, artilhado com um escape racing e um sistema de som de 50.000W para abalar a tranquilidade da ilha e assustar as vaquinhas que ruminam nos prados verdejantes.